Acredito na eloquência dos pequenos gestos,
nas palavras bem ditas, toque, no olhar
que pousa sobre o nosso olhar
como quem diz "estou te vendo".
Acredito em presentes e mimos fora de hora,
em flores inesperadas, em cartões escritos com zelo
e alegria, em perguntas atenciosas,
em conversas olho no olho.
Acredito em amabilidades, em cortesias, em gentilezas.
Todo mundo acredita, eu sei, mas nem por isso
trocamos mais gentilezas.
É como se as pequenas atenções pertencessem
a uma categoria menor de preocupações, como se elas
fossem o último item da nossa agenda, como se
para elas precisássemos de um tempo
diferente ou de uma sobra no nosso tempo.
É como se pensássemos: se der tempo, eu vou ligar,
eu vou fazer. No entanto, é ao contrário: é preciso cuidar
para ter esse tempo de gentilezas.
Ser delicado é o exercício de incluir o outro no
nosso raio de ação, é a possibilidade
cotidiana de externar o nosso afeto.
Ser gentil é um estar na vida desarmado, atento, aberto.
Está na qualidade do "bom dia", no comportamento
no trânsito, no timbre da voz ao atender ao telefone,
na disponibilidade para ouvir, acolher, trocar.
Não se trata de ser alegrinho, bonzinho, fofo...
Trata-se de ser amável, de buscar o amável no outro,
de imprimir cortesia, encantamento e prazer ao dia a dia.
É um treino, uma escolha, uma atitude que
se imprime e da qual se impregna porque gentilezas
são na verdade transbordamentos da nossa alma.
Somos nós os principais beneficiários
da nossa amabilidade.
Nossa gentileza é tão somente a nossa própria
experiência interior de cuidar bem de nós mesmos,
de em sendo amorosos e afáveis conosco,
podermos ser com os que nos cercam...
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Faça valer, cada minuto, cada lugar, cada sorriso, cada olhar....
Lembre-se... O olhar é a vitrine da alma....
Que bom ler seu comentário...